Liberto
o meu corpo
que percorre em silêncio
vales encantados
e imponentes montanhas
na ânsia de encontrar
o caminho iluminado
por velas de aromas inconfundíveis.
e míticos seres, que guardam e protegem
tão precioso local.
Sinto em mim
uma certa melancolia
receio de falhar
e perder a batalha
perante tão grandioso adversário.
Enfrento finalmente o inimigo.
Munido do corselete
da fé e esperança
O poder dos guardiões
É imenso..
A sua insolência
revoltante.
A raiva libertada
do meu corpo
torna-se num forte aliado
no confronto
perante tão impiedosos seres.
Venci o inimigo
depois dum extenso combate.
Meu corpo ensanguentado
por profundos golpes
causados durante a batalha
chega finalmente ao castelo.
Ao entrar na fortaleza
fria como o gelo
e escura como noite sem luar
imploro a Deus que me dê
forças a este já débil corpo
que eu sinto quase desfalecer.
Fecho os olhos
em sinal de fraqueza e cansaço
mas a fé incentiva-me
a abrir novamente os olhos.
Vejo na escuridão
de tão medonho castelo
uma luz cintilante
que ilumina
uma longa escadaria.
Levanto-me
e desço degrau a degrau
cambaleando
Ao chegar
avisto uma suja e húmida
masmorra.
lá dentro a luz
libertada pelo meu coração
em sinal de grito, silenciado pela dor
Aproximo-me, abro a porta
sorrio e digo...
Now, you are free!!!
Hórus